Pages

HD RADIO FERRAZ

Photobucket
Photobucket

Bate Papo - Faca Amigos

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O uso da madeira no decorrer da história

Os primatas, nossos antecessores utilizavam-se das árvores como moradia. Estas os abrigavam o suficiente, porém as grutas ou as moradas construídas (tocas, cabanas,...) se tornaram mais eficientes para os moradores. Nestes tempos a madeira já era utilizada como material de construção. Pilares e vigas foram descobertos na pré-história em várias civilizações, antes do fogo.
   Não podemos falar do uso da madeira sem especificar cada civilização. Cada clima, terreno, cataclismos que determinavam um método diferente no uso da madeira. O ser humano viu neste elemento uma fonte de intermináveis aptidões. A madeira flutua, portanto os primeiros barcos surgiram dela e se aprimoraram com o tempo. É fácil de trabalhar, logo utensílios domésticos, ou de trabalho, móveis, e esculturas, ... Cada local com os seus tipos de árvores, adaptou suas necessidades ao que lhe era disponível. A madeira era utilizada pura ou combinada com outros elementos como o barro, a palha, a pedra, o ferro,...
   Algumas civilizações onde o uso da madeira na arquitetura se destacou de formas diferentes: O Extremo Oriente, com uma arquitetura leve e que é feita para suportar os terremotos freqüentes, portanto é feita de encaixes frágeis mas resistentes. Já a arquitetura Norueguesa é caracterizada pela largura das paredes capazes de isolar o frio, uma macividade na construção, bem diferente da Oriental, porém muito interessante o diferente tipo de uso.

Extremo Oriente
   As civilizações orientais levam consigo a fama de “mistério”, do “desconhecido”, de crenças fortes, uma cultura rica que permanece praticamente intacta. Em alguns lugares podemos ter a impressão que globalização não existiria nunca nestes locais. Pois a cultura enraizada é muito forte. Por isso a História da Arquitetura Oriental ainda é pouco conhecida. Os cataclismos ajudaram muito a ocultar o passado, e dificultar a datação das obras (pois depois de incêndios, ou terremotos,...), com todos os cataclismos que as cidades tiveram (e têm) que passar, e ainda que mesmo destruído os orientais possuem o dom de reaproveitar (os elementos se mantêm, e por isso fica difícil datar alguma coisa). A madeira exposta à variação climática pode não se perpetuar, porém temos alguns exemplos de construções japonesas que datam de 670 e 714. Nessa arquitetura o que é mais valorizado é o térreo (símbolo da terra), e o telhado (símbolo do céu). Dos países orientais o que mais se destaca é o Japão no extremo oriente. Pelo fato de ser isolado pelo mar e pelo oceano, este complexo de ilhas tornou-se impenetrável, logo conservou-se por muito mais tempo. Tendo como arquitetura inicial a chinesa e a coreana, manteve-se fiel (enquanto que os outros não).

Civilizações Européias
   Uma arquitetura marcante em madeira, é a Norueguesa, onde há muitas florestas, e o clima é frio. Os habitantes dali utilizavam a madeira como principal elemento construtivo devido ao seu caráter de isolante térmico. Além das casas os Vikings (civilizações anteriores da mesma região) utilizavam a madeira na construção de seus barcos: Drakkars. O estilo mais utilizado nas casas Norueguesas é o “laft”, onde as paredes são erguidas com troncos empilhados horizontais de madeira. O isolamento total era obtido com ripas coloridas entre os troncos, ou uma pasta elaborada (nas casas mais pobres). A casa permanecia inabitada por um ano aproximadamente para que os troncos se assentassem uns nos outros, o que fazia com que as casas perdessem alguns centímetros de altura. As esquadrias são colocadas depois.

História da Madeira no Brasil
  Antes da chegada dos colonizadores portugueses as terras Brasileiras estavam totalmente cobertas por florestas e matas (praticamente virgens). Os únicos homens que habitavam esta área eram os Índios. Estes usufruíam do espaço de uma forma muito diferente da Européia. A derrubada de árvores, por exemplo se dava em escala muito pequena, e em áreas pequenas. Apenas o espaço suficiente para montar uma aldeia e cultivar a terra. A madeira extraída era utilizada nas edificações e nas fabricações dos meios de transportes. A enorme variedade de espécies “arbóreas” permitia inúmeros usos: tinta, canoas, vigas, pilares, armas de caça, instrumentos musicais, instrumentos de trabalho,... Com a chegada dos Portugueses a extração da madeira se tornou uma atividade econômica altamente rentável (já que no início a colônia não descobriu as riquezas minerais do Brasil) - a madeira se tornou o principal produto de exportação). Além do valor econômico da madeira a nova população utilizava-se dela para elevar suas cidades e construir seus meios de transportes. A arquitetura inicial era basicamente feita com madeira, utilizando as técnicas indígenas locais. Como os índios (muitos deles ) foram escravizados, pode-se compreender o porque de tanta miscigenação arquitetônica no período colonial. Pois as formas eram praticamente européias, porém as técnicas construtivas em madeira, e o vasto conhecimento das possibilidades desta, era indígena. A colônia inseriu seus utensílios de trabalho, suas crenças, seus formatos de cidades, mas manteve o material e as técnicas locais. Os carros de boi, carroças, barcos maiores, casas maiores,... utensílios domésticos ferramentas e armas eram elaborados de acordo com os europeus. Com o tempo, a extração da madeira além de servir como produto de exportação servia como matéria prima para a produção de energia. O que fez com que a devastação fosse bem mais acentuada. A madeira deixou por um bom tempo de ser utilizada nas construções para ser queimada nas embarcações que passavam pelo litoral brasileiro. Na arquitetura ficou rebaixada à estrutura, e as casas tendo o adobe e a taipa, como revestimento. Como pôde-se ver a madeira esteve sempre muito relacionada com a colonização tanto que o nome do país se deu por causa da madeira que produzia os pigmentos vermelhos exportados para o mundo, o Pau-Brasil.

História da Arquitetura em madeira em Santa Catarina
   A ocupação no território Catarinense, foi muito diferente do Rio de Janeiro e Nordeste. A colônia se firmou mais nestes locais e deixou o resto do território entregue a pequenos grupos de colonizadores. Por isso houve uma atividade agrícola reduzida, e um papel de defesa de território ao invés de ocupação (como no caso das outras áreas citadas). Com isso a mata foi mais preservada. Apenas no séc. XIX é que a agropecuária se estende e desmata o estado, e com ele as matas de Araucária. A chegada das colônias alemãs, Italianas, Suíças, Austríacas também modificou o território e a arquitetura. “As primeiras construções vão ser feitas com a madeira do desamamento, através de uma arquitetura provisória, com cobertura a vegetal, para durar quatro ou cinco meses. Passada esta etapa, onde não se poderia perder muito tempo construindo a casa em função da necessidade de limpar a terra e plantar alimentos, começava-se a construção de uma segunda casa, enquanto esperavam a colheita. Essa segunda casa ainda era provisória, mas o trabalho de madeira já era mais apurado. Havia então uma arquitetura em madeira feita com peças falquejadas e tábuas rachadas, e uma arquitetura em madeira também, mas já misturada com taipa de mão, às vezes adobe, já definindo uma estrutura e uma tipologia construtiva que, de certa forma, vai ser largamente aplicada na casa definitiva, ainda na primeira geração de imigrantes.” (Revista de Arquitetura, SINTESE, pg. 22) Alguns colonizadores eram os “Vendeiros” que possuíam capital, carro de boi, ferramentas,... também aumentaram seu capital consideravelmente ao vender madeiras extraídas nas devastações feitas pelos colonizadores. Extração para limpeza dos terrenos de plantio, implantação de estradas de ligação (planalto e litoral).
Muitos vendeiros enriqueceram com esta função, e com isso surgem outras formas de comércio - o madeireiro que em seguida se tornou um dos principais em Santa Catarina. A madeira passou a ser extraída para fins elétricos, construtivos, industriais em geral. A madeira tem então um papel importante na economia da região. No início do séc. XX até meados de 50 “Santa Catarina vai viver o auge dessa economia centrada na madeira, tendo-se a partir de então, um processo acelerado de esgotamento de nossas reservas.” (Revista de Arquitetura, SÍNTESE, pg. 25) Na arquitetura podemos ver os diferentes métodos de utilização da madeira conforme cada região, e colonização. No litoral catarinense tem-se uma técnica construtiva vinda dos açorianos. Esta se baseia principalmente no uso da taipa e do tijolo. E a madeira fica apenas como esquadria, estrutura, assoalho, forros,... No planalto dependendo da origem da colônia, a madeira era trabalhada de diversas formas. O alemão opta por uma arquitetura onde a madeira aparece como estrutura aparente através do enxaimel. Geralmente é utilizado uma estrutura de madeira preenchida (por dentro) com tijolo cozido ou adobe. A arquitetura das colônias italianas, mantêm as características trazidas de seu país de seu país de origem. Com pedra e tijolo, a madeira serve mais como um elemento estrutrual de cobertura e para vãos

Nenhum comentário:

Postar um comentário